1.5.13

o futuro

"You've spent far too much time holding things together that don't belong together. Today they come undone and you let them". -- Miranda July, The Future 
Eu nunca me preocupei com as minhas fraquezas, porque eu sempre encontrei formas de contorná-las. Eu nunca percebi com nitidez o que atrapalhava meu crescimento e suas consequências  Preferia olhar pro lado, reclamar do outro, da situação, inventar desculpas.

Mas dias atrás, eu tive uma epifania. Eu fui obrigada a me esforçar além do que o de sempre. Eu fiquei completamente sozinha. Eu não consegui pedir ajuda porque não queria incomodar ninguém. Eu morri de medo de descobrirem que eu era fraca e estava perdida.

Eu finalmente descobri que querer agradar todo mundo me faz ficar no meu canto para não correr o risco de desagradar e que, ironicamente, a impressão que causo é a de alguém antipático e indisposto a fazer amizades. Por azar ou sorte, a única pessoa na qual eu poderia parasitar em troca de ajuda, é a pior pessoa do mundo para isso, nesse momento.

Então reparei: eu não sei me virar. Nem correr atrás de nada, me desdobrar em mil, flexibilizar. Eu desisto fácil, porque nunca acho que vale a pena. E nunca vou saber se vale a pena, porque não vou até lá.


No primeiro dia, eu terminei chorando sentada no gramado em frente ao prédio, tentando ser invisível. Eu me senti derrotada. E tive vontade de cancelar tudo. Mas não me permiti. Nos dias seguintes, eu me agarrei a tudo que tenho. Eu aprendi a ir e a voltar do fim do mundo -- sozinha. Achei o que precisava -- sem ajuda. Me neguei a perder sem lutar.

Eu ainda não consegui falar direito com os outros por medo. Mas com algum empenho, vou conseguir. E mesmo que eu não fique por ali a longo prazo, serei grata por essa situação me despertar e promover as mudanças que já deveriam ter acontecido há anos.

Eu tenho que repetidamente me obrigar a correr o risco, porque não existe lugar seguro enquanto nos movimentamos. Eu não consigo chegar na distância que eu quero de muletas ou nas costas de ninguém. Não quero desenhar sempre as mesmas coisas, as fáceis, que meu olho já decorou. Eu quero descobrir o que eu sou capaz de fazer quando me desafio.

Eu não tinha percebido até agora, mas quando eu me jogava do abismo, era fácil. Porque eu já sabia o que ia acontecer e era o que sempre acontecia. Agora vou na direção contrária.

2 provaram:

Eu fiquei até arrepiada lendo isso!!!

Muito bom te ver crescer, voltar a tomar risco, ir ao novo!

Fala com as pessoas sem medo, você é maravilhosa vão te amar!!! <3

Continua escrevendo, faz muito bem né!!!
"Quem não tenta nunca fracassa, mas quem conseguiu é porque já tentou" :)

Te amo Amora!!! Força sempre!!!!


E continua postaando *0*

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